"Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever eu me morreria simbolicamente todos os dias" (Clarisse Lispector - A Hora da Estrela)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

LúcidoSonho

 Nossas conversas sempre me acalmam e suas palavras sempre me inspiram... então inspirei vc hj  e saiu toda essa baguncinha de palavras organizadas... Beijo Marília Gondim!



E daí que ela não quisesse mais fazer parte daquele mundo? Ir embora não era uma opção.
E de repente veio aquele oco, aquele vazio, onde nada que entrava fazia sentido, e nada conseguia colocar pra fora. O que colocava não dava jeito no tormento.
Dentro de si aquele turbilhão de pensamentos que não dizem, não significam, tudo escuro mesmo.
A vontade de dizer pra quem estava perto, de gritar praqueles que estavam longe, mas gritar o que?
Não tinha jeito pra expor, não tinha como acrescentar, sua vida estava mesmo se parecendo com um corpo que leve voava, pesado caía, instável. Pelo menos naquele momento.
A sombriedade daqueles pensamentos difusos tornara a mente somente um refúgio pro nada. E ao mesmo tempo o peso de todas as lembranças, momentos, reflexões e canções, aquilo era um acúmulo enorme de tudo. E o nada a apavorava, o tudo metia medo. O emaranhado de fragmentos de lucidez que tornara sua vida a enlouquecia, a emocionava, entristecia, a tornava incapaz de racionalizar e tudo se tornava sonho só. 

3 comentários:

  1. intergalaticamente ligadas no sonhar, brincamos de nos preocupar mesmo sabendo que a realidade é outra coisa pra quem sabe ver ela de "azul". Você sabe.

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  2. Oi Maura, gosto desse jeito de escrever, é muito bonito. Eu diria - "uma tristeza bonita. Coragem. confissões de sentimento alegres e triste.
    Saudades!
    Beijos pra você!
    Ivone Estrela

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