"Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever eu me morreria simbolicamente todos os dias" (Clarisse Lispector - A Hora da Estrela)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SOLaMENTE

Um movimento de corpos, um enlace de mãos e lá estava sua cabeça a descansar sobre o meu peito, o suavizar da sua respiração aliviando os batimentos acelerados pela ansiedade daquela presença.
A proteção me cerca, o seu olhar me jura a eternidade daquele momento, não há lágrimas que você não vá secar, eu sei. Não há tristeza que possa invadir minha teia de vida. É o abraço que me devolve o ar quando o perco, o calor que me submete ao sono de alívio, o não estar sozinho, a solidão era inevitável, já não é, a solidão é grama seca.
Um piscar de olhos e não sei mais onde estou, ou quem seria quem segura minha mão. Não sei mais pra quem eu dou tanta dedicação, e a falsa promessa de eternidade se dispersa. Sobe a fumaça de sonho terminado, momento vivido e passado. A dor da solidão que galopa de volta ao campo, a chuva que faz a verde grama esverdear novamente. E tudo foi amor somente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário