"Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever eu me morreria simbolicamente todos os dias" (Clarisse Lispector - A Hora da Estrela)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sinestesia

E pra onde eu vou, prezado silêncio?
No barulho dos surdos está
As cores que no meu peito
Abrigam em calores
O frio que escorre entre dedos
Invisíveis, está a indiferença
Do toque, esses feitos.
A estrada que percorro
Alinhada com meu corpo
Mostra a sombra daquele morro
De suaves cheiros
Que canta a todo peito.
O rio quente ao sol poente
Em cores mornas
Olhar descrente
Me diz que o amargo entre os dentes
É o reflexo do doce que me adorna.

4 comentários:

  1. Há dias que são mesmo assim, passam-se como uma luz triste entre nossos dedos...

    Maura eu gostei demais do seu blog, associo-me a ele!

    Abraços

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  2. Cara Maura, sua escrita é por demais envolvente e sinestésica, chego a sentir o cheiro o calor o cheiro, ver as cores, "ouvir o silêncio" de tudo que vc descreve!! Parabéns!

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  3. Maura, esse poema é perfeito. Uma viagem no sentir e nos sentidos. Faz perceber e perceber-se! Perfeito!

    Adorei e já sou seguidora.

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