"Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever eu me morreria simbolicamente todos os dias" (Clarisse Lispector - A Hora da Estrela)

sábado, 21 de maio de 2011

Garantias

Não há garantia pra vida meu bem, não há
É tudo questão de tempo, de jeito, de apertar os cintos, tomar as vacinas
Questão de contar seus passos, olhar para os lados, não mais piscar
Não há garantia, é tudo questão de não fumar, amarrar os cadarços, não pular de pontes
Não há garantias pro mundo, não há garantia pra vida, não há garantia pro ar que você respira
Tire os caroços das azeitonas, tire as pétalas das margaridas, e tenha medo de tudo que não conhece
Senta, deita, chora, ora. Acredite que alguém te olha.
Não há garantias, não há volta, não há crédito.
É só questão de ser você, dizer sim ao altar e perceber a ervilha sob o colchão
Feche suas janelas, tranque suas portas, enjaule seu coração
Não há garantias meu bem... não há

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